31.5.06

30.5.06

acessórios de leitura



oo o
Thumb Thing oo o

np: uma e treze




Hanne Hukkelberg // Cast Anchor
_
Little Things, 2005

29.5.06

uma cereja não faz a primavera



Em Portugal infelizmente, falar da Primavera é coisa de maluquinhos. Estamos praticamente reduzidos ao Verão que nunca mais chega e ao Inverno que nunca mais acaba. A Primavera e o Outono não existem. A Primavera é o Verão que ainda não chegou e o Outono é o Verão que já acabou.

Mas em Portugal - apesar de alguns dias de Maio serem bem capazes de ser, à vontadinha, os mais bonitos de todo o planeta - só se reconhecem dois tempos fundamentais: o de praia e o de ficar em casa.

Mas é triste não se reparar na Primavera. É a única estação do ano que não só tem coisas dela como tem o melhor de todas as outras. Tem dias do melhor calor de Verão; da doçura do Outono; da esperteza do Inverno. Para além disso, contrasta mais com a estação anterior do que qualquer outra - e sempre para melhor.

_
Miguel Esteves Cardoso, Única, 20/05/06

uma coisa em forma de lembrete


//
Workrave / program that assists in the recovery and prevention of Repetitive Strain Injury (RSI) / the program frequently alerts you to take micro-pauses, rest breaks and restricts you to your daily limit

/ para aqueles que se esquecem de fazer intervalos

28.5.06

26.5.06

uma história escrita a lápis



«Com ele escrevemos as primeiras palavras, escrita tímida, provisória. Impreciso fascínio. Com ele se faz o povoamento de muitas cores do pequeno mundo dos desenhos infantis. O único lápis português, que nasceu em Vila do Conde e se fixou em São João da Madeira, completa agora setenta anos. Os responsáveis da Viarco comemoram a data com uma exposição itinerante, que já passou pelo Porto, e o lançamento de uma série limitada de cinco lápis que vão andarilhar pelas mãos de vários artistas.

António aceitou o desafio. Recebeu o Viarco Express, um lápis negro, da série limitada: cabe agora ao cartunista executar um trabalho. Terminada a obra, com o mesmo lápis escreve uma carta a um amigo, onde o convida a continuar a viagem. Ou seja, o lápis, seguindo sempre o mesmo processo, andará de mão em mão amiga até ficar completamente gasto.

José Miguel Vieira, responsável pela Viarco, pretende com estas iniciativas culturais chamar a atenção para a única fábrica de lápis do País, a sua longa história, e concretizar apoios para um grande projecto: a criação do museu do lápis, nas instalações anexas à unidade de produção, em São João da Madeira. Uma pequena parte do vasto espólio da Viarco esteve já exposto, no Porto, no Maus Hábitos. A mesma exposição, que integra colecções de lápis antigos, embalagens e outros material gráfico, passará ainda por Lisboa, Coimbra, Aveiro, Viseu, Vila do Conde e Vila Nova de Cerveira.»
_
Mangas, Francisco e Pereira, Hernâni (2006), «Lápis português a escrever há setenta anos», Diário de Notícias

[+]

np: dezasseis e doze




Caribou // The Milk of Human Kindness
_
2005

uma coisa em forma de cor


::
:
Color Blender : ::
free online color matching toolbox

25.5.06

entre outras coisas



VENDA DE PEIXE A RETALHO
_
A zona da Praça do Peixe, na cidade de Aveiro, irá reviver no próximo sábado a azáfama típica dos finais do século XIX, com mais uma edição da recriação da venda de peixe a retalho.
A «viagem no tempo» mobilizará um total de 120 figurantes, trajados com roupa típica da época, e quatro embarcações tradicionais.

À semelhança do que já tem sido feito em edições anteriores, a recriação deste momento de comércio promete evocar aquelas que foram as primeiras imagens de outrora: as bateiras cheias de sardinhas que aglomeravam o cais, o comissário que apregoava a qualidade e o preço do pescado e as vendedeiras que faziam ouvir os pregões. O evento irá ter início às 10h30, prolongando-se até à hora de almoço.

[+]

23.5.06

no happy endings, no endings at all



SHORT CUTS // ROBERT ALTMAN
AXN / 22h25

_
Um filme puzzle sobre a classe média norte-americana, realizado por Robert Altman. São oito histórias entrecruzadas — algumas divertidas, outras trágicas —, escritas por Raymond Carver.

«Based on nine stories and a poem by the late Raymond Carver, Short Cuts is a many-sided, many-mooded, dazzlingly structured electronic jazz mural of a city on the edge.»

vaca com ovo a cavalo



: :: Portucowlia :: Mariana Blanc :: Restauradores :: :

np: duas e trinta e três: working




Amon Tobin // Kokubo Sosho Stealth
_
Chaos Theory: Splinter Cell 3 Soundtrack, 2005

np: duas e trinta: working




KTU // Sumu
KTU // Optikus
_
8 Armed Monkey, 2005

22.5.06

hojassim


Um dia monótono por outro qualquer
monótono, idêntico é seguido. Feitas serão
as mesmas, voltarão a ser feitas onde se quiser —
os momentos semelhantes encontram-nos e de nós vão.

Um mês passa e traz outro mês.
As coisas que vêm são fácil conjectura de fazer;
é o de ontem aquele aborrecido outra vez.
E acaba o amanhã por amanhã não aparecer.

_
Konstandinos Kavafis, Os Poemas
Relógio de Água, 2005, pág. 61

se conduzir (não) fotografe

outra forma de contar carneiros



» »»
Puzzled Sheep »» »

21.5.06

ilustrassim



»» Stella Im Hultberg »o« Insomnia ««

19.5.06

spam donors needed


: /
/ :
watch while your spam is processed and recycled into pieces of art



: / Monty Python's Flying Circus / Spam / :
_
Mrs. Bun: Have you got anything without spam in it?
Waitress: Well, spam, egg, sausage and spam. That's not got much spam in it.
Mrs. Bun: I don't want any spam.
Mr. Bun: Why can't she have egg, bacon, spam and sausage?
Mrs. Bun: That's got spam in it!
Mr. Bun: Not as much as spam, egg, sausage and spam.
Mrs. Bun: Look, could I have egg, bacon, spam and sausage without the spam?
Waitress: Uuuuuuggggh!
Mrs. Bun: What d'you mean uuugggh? I don't like spam!
Vikings (singing): Spam, spam, spam, spam, spam ... spam, spam, spam, spam ... lovely spam, wonderful spam ...
Waitress: Shut up. Shut up! Shut up! Shut up!
You can't have egg, bacon, spam and sausage without the spam.
Mrs. Bun: Why not?!
Waitress: No, it wouldn't be egg, bacon, spam and sausage,
would it.
Mrs. Bun: I don't like spam!

[*]

Épi bâr'dei, F.!

hojassim


Tens um glorioso passado futurível,
mas não fiques de colher suspensa,
que a sopa arrefece.

_
Alexandre O'Neill, Poesias Completas (1951–1986)
Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1995, pág. 393

18.5.06

pêlos em forma de asas



»«
Butterfly »|« Stephane Levallois »«

17.5.06

from dusk till dawn



.:
Delight :: Mixko :.

the wrong kind of snow

«The interview went pretty well. So, have I got the job?»

A computer programmer whose BBC job application led to him mistakenly broadcasting live to a worldwide audience was last night still waiting to hear whether he’d got the job.

Guy Goma, who was ushered before live cameras and interviewed as an internet expert, said that he was "traumatised" by the experience.
Mr Goma was grilled on camera after an embarrassing error by BBC News 24. He had been looking for work in the business information department.

Producers at BBC News 24, the rolling news channel, thought Mr Goma was Guy Kewney, an internet expert, who was sitting patiently in the lobby of Television Centre in West London. Mr Kewney watched television screens in disbelief as the interview progressed, under his name, but with the wrong man.

Mr Goma, an economics and business studies graduate, was interrogated by Karen Bowerman, the business news presenter, about a victory in the High Court by Apple the computer company over Apple Corps, which manages the intellectual property of the Beatles.
When introduced as Mr Kewney, editor of a technology website, his expression turned from surprise to alarm.

«When I realised I was already on air, what could I do? I just tried to answer the questions and stay calm.» ::

np: treze e quatro




Alias & Ehren // Eman Ruosis Iht
Alias & Ehren // Back and Forth
Alias & Ehren // Miso Stomp
Alias & Ehren // 52nd & West
_
Lillian, 2005

16.5.06

nem hora de inverno, nem hora de verão



microtempo, s.m.
variação particular do tempo numa determinada região (p. ex. A25).

15.5.06

uma borracha em forma de carimbo



»
Stamp Francisco «rubber stamps for your every mood

» how to make a rubber stamp

13.5.06

uma coisa em forma de cor


:: :
ColorPix : ::
useful little color picker that grabs the pixel under your mouse and transforms it into a number of different color formats. ::

:: You can use the built-in magnifier to zoom in on your screen, click on a color value to copy it directly to the clipboard, and even keep ColorPix on top of all other apps and out of the way.

:: Best of all, there's nothing to install - just download the tiny app and off you go.

uma jukebox em forma de leitor de cd


(...) e um tango com sabor a morangos

Não posso mudar de casa. Não tenho dinheiro e para mais foi onde a minha mãe morreu, e eu sou um sentimental. Mas você não sabe o que é uma jukebox. Um monstro que atravessa as paredes das sete da manhã às cinco horas do dia seguinte. Não imagina o que é isso. O mesmo tango, a mesma canção, durante horas seguidas e você sem conseguir dormir, nem comer, deixa de ter qualquer liberdade. Comer tango, beber canções e nunca dormir ou ter o sono interrompido, cortado, atravessado por uma jukebox. Ah! Monstro verde, amarelo e vermelho! Queixei-me à polícia, escrevi cartas, reclamei junto de todas as autoridades possíveis e imagináveis. Ninguém me ligou nenhuma. Comprei uma granada de mão a um amigo militar. Tenho pena do que aconteceu ao dono do café, sobretudo agora que soube que era órfão de pai e de mãe. Espero que a minha mãezinha me perdoe. Fi-lo por ela, não podia mudar de casa.

_
Max Aub, Crimes Exemplares
Antígona, 1995, pág. 54

10.5.06

geografia humana



--+-
Subway Life -+--
um projecto de António Jorge Gonçalves com desenhos de pessoas em metropolitanos de dez capitais mundiais: Londres, Lisboa, Berlim, Estocolmo, Nova Iorque, Atenas, Moscovo, São Paulo, Tóquio e Cairo.

«António Jorge Gonçalves makes drawings of people sitting in subway trains in 10 cities around the world. He stays an average of three weeks in each city, making around 300 drawings which seek to cover different times of day and the different lines in the subway system.»

and now for something completely...

um, dois, três, ...


Quando estamos cansados
deitamos o corpo
e adormecemos

às vezes não

.....................

_
Mário-Henrique Leiria, Novos Contos do Gin
Editorial Estampa, 1978, pág. 65

9.5.06

np: uma e cinquenta: sleeping




Black Moth Super Rainbow // Count Backwards to Black
_
Start a People, 2005

terra de ninguém

Acreditava, desde os primeiros anos da minha juventude, que cada pessoa neste mundo tem o seu no man's land, onde é dona de si própria. Há a existência visível, e há a outra, que os outros desconhecem e que nos pertence totalmente. Isso não significa que uma é moral e a outra não, ou que uma é permitida e a outra é proibida. Simplesmente, cada homem, de tempos a tempos, escapa a qualquer controlo, vive na liberdade e no mistério, só ou com alguém, uma hora por dia, uma tarde por semana, uma dia por mês. E essa existência secreta e livre de uma tarde, ou de um dia, prolonga-se na tarde, ou no dia seguinte, e as horas continuam a seguir-se umas às outras.

Essas horas acrescentam algo à sua existência visível, a menos que não tenham significado próprio. Podem ser alegria, necessidade ou hábito, mas, em todo o caso, servem para se conservar uma linha geral. Quem não utilizou esse direito ou dele foi privado pelas circunstâncias surpreender-se-á, um dia, ao constatar que nunca se encontrou consigo mesmo. Não se pode pensar nisso sem melancolia.

_
Nina Berberova, Terra de Ninguém
Editorial Presença, 1990, pág. 32–33

8.5.06

sete palmos em catorze polegadas


SIX FEET UNDER
2: / 22h30

diagnóstico: vício




Fox / 21h30

7.5.06

np: quinze e quinze



The Mountain Goats // Dilaudid

_
The Sunset Tree, 2005

hojassim

já não é hoje?
não é aquioje?

já foi ontem?

será amanhã?

já quandonde foi?

quandonde será?
eu queria um jázinho que fosse

aquijá

tuoje aquijá

_
Alexandre O’Neill, Poesias Completas (1951–1986)
Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1995, pág. 323

5.5.06

from dusk till dawn


 

.: Garland Light :: Tord Boontje :.

 

.: Shadow Light :: Tord Boontje :.

4.5.06

quase quase

.....................................
» 01:02:03 » 04/05/06
.....................................

esta semana, no sítio do costume



THE DEATH OF MR. LAZARESCU // CRISTI PUIU

06 Maio / 18h00 e 22h00
Indie Lisboa / Cineclube Cinema Oita

_
The Death of Mister Lazarescu tem como fonte de inspiração Eric Rohmer — faz parte de uma série de filmes intitulada Six Stories From The Bucharest Suburbs e é uma resposta aos Seis Contos Morais do cineasta francês —, e ER, a série de televisão americana, pela rigorosa coreografia dos movimentos.
A estas referências, evocadas pelo realizador Cristi Puiu, junte-se ainda os nomes de Cassavetes e Frederick Wiseman que muitos têm lembrado a este propósito.

Premiado o ano passado no Festival de Cannes (onde foi exibido na secção Un Certain Regard), a segunda longa-metragem do realizador romeno segue Lazarescu Dante Remus, um alcoólico viúvo e mal-humorado, na sua descida aos infernos (ou aos serviços de saúde romenos, se assim preferirem). Apartamentos sórdidos, vizinhos vagamente prestáveis, médicos incompetentes e hospitais de pesadelo protagonizam esta extraordinária ode à mortalidade.

[+]