Em 1874, chegaram aos Açores (Ilha de S. Miguel) as primeiras sementes de Camellia sinensis — a planta do chá — e, alguns anos mais tarde, foram chamados dois especialistas chineses que se dedicaram a ensinar aos fabricantes locais as técnicas de preparação das folhas.
Todas as variedades de chá provêm dos rebentos jovens desta planta. As diferenças derivam do clima, do período da colheita e do tratamento a que são submetidos posteriormente.
Chegaram a funcionar na Ilha de S. Miguel mais de uma dezena de plantações com fábrica própria. Entre elas encontrava-se a Gorreana, que é, actualmente, a única plantação com fábrica de chá de toda a Europa.
A Gorreana produz chá verde e chá preto ortodoxo, assim designado porque durante o processo de transformação das folhas estas ficam, na sua maioria, enroladas e inteiras — tal como acontecia com o chá que era trabalhado com as mãos e não por meio das novas tecnologias, que deixam as folhas partidas ou esmagadas.
A selecção das folhas dá origem aos diferentes tipos ou graus de chá preto. Os tipos de chá preto produzidos pela Gorreana são o Orange Pekoe (feito a partir do gomo apical e da primeira folha do rebento, resultando numa rica infusão, com sabor e perfume delicados), o Pekoe (originário da segunda folha, tem um paladar e aroma menos acentuado ) e o Broken Leaf (feito a partir da terceira folha e de folhas partidas, é menos aromático mas mais suave).
O chá verde (Hysson) difere ligeiramente no processo de transformação. Após a colheita, as folhas são sujeitas a um processo de steaming, que consiste na aplicação de vapor de água que leva à inactivação de enzimas, impedindo a fermentação (ou mais correctamente a oxidação). As folhas são depois enroladas, secas e de novo enroladas. Ficam, no final, com uma cor verde-azeitona, escura e inteiras.
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Jorge, Sandra (2002), «Acerca do chá». Ciência Viva
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20.3.06
chá gorreana
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